Prefeito cearense foi eleito com dinheiro de golpes contra idosos, denuncia MP

O prefeito de Pentecoste, João Bosco Pessoa Tabosa, foi eleito em 2016 financiado por dinheiro adquirido em golpes contra idosos, segundo denunciou nesta quinta-feira (18) o Ministério Público do Estado do Ceará. Segundo a investigação da Operação Caixa 2, o valor acumulado ilegalmente por meio de fraudes de aproximadamente R$ 300 mil.

Além do prefeito e de vereadores, o grupo contava com a participação da primeira-dama, Maria Clemilda Pinho de Souza, dois funcionários do Banco do Brasil de Pentecoste, responsáveis por uma “série de estelionatos em idosos, por meio de empréstimos e adiantamentos de 13º salários sem autorização”.

G1 tentou contato com o prefeito, primeira-dama e assessores da Prefeitura de Pentecoste, mas ligações não foram atendidas.

De acordo com o promotor de Justiça de Pentecoste, Jairo Pereira Pequeno Neto, as funções eram bem definidas dentro do esquema: duas mulheres “eram as articuladoras da associação criminosa, tendo sido elas as responsáveis por contratar Maria da Conceição e sugerir-lhe a aplicação dos golpes”, diz.

O prefeito e um vereador eleito, beneficiados do esquema, “uma vez que todo o dinheiro angariado era destinado às suas campanhas eleitorais. Dois ficaram responsáveis por ganharem a confiança dos idosos, contrair os empréstimos, efetuar os saques e entregar os valores às autoridades. Outros dois alteravam as biometrias dos idosos, a margem de contratação de empréstimos e saques nos caixas eletrônicos dos clientes do Banco do Brasil”, afirmou o promotor.

Funcionários fantasmas

A operação evidenciou ainda um esquema de funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Pentecoste, isto é, pessoas que nunca trabalharam no órgão legislativo estavam na folha de pagamento recebendo salário.

Conforme o representante do MPCE, uma dessas pessoas “fantasmas” era remunerada como forma de contraprestação pelos serviços prestados na campanha eleitoral do presidente da Câmara.

A funcionária fantasma foi a primeira do esquema criminoso a ser presa e, com a colaboração premiada dela, o órgão ministerial teve acesso a fotos e vídeos que demonstraram a participação das autoridades municipais e serviram como base para concessão das medidas judiciais autorizadas pelo juiz Caio Lima Barroso.

Fonte: g1.globo.com

Zeudir Queiroz

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